Label FM

2008-06-17

Paris... Paris...




You Belong in Paris



You enjoy all that life has to offer, and you can appreciate the fine tastes and sites of Paris.

You're the perfect person to wander the streets of Paris aimlessly, enjoying architecture and a crepe.



Dito desta forma: "You belong in Paris" sinto-me sofisticada e intelectual! A verdade é que Paris foi paixão à primeira vista, uma cidade que nunca se esgota na sua variedade e onde iria a qualquer oportunidade, sem precisar de aranjar argumentos.
Só tem o senão de ter uma tribo de anormais no Pompidou que mal-trata os cães e que nos obrigou a chamar a polícia depois de uma discussão nada amigável...
Mas a cidade supera tudo isso e até uma certa arrogância dos parisienses. É uma perdição!

Neurose

Tenho dias e momentos em que sinto o meu cérebro tornar-se neurótico e contorcer-se em preocupações. Depois chegam as noites e, sem motivos, acordo abruptamente e é-me difícil adormecer... Fico com os olhos abertos no escuro a tecer considerações sobre as dinâmicas financeiras da nossa empresa e afugento qualquer sonho. "É a crise, senhor, é a crise..." ou é a infinita certeza de que realmente não dá para ser avestruz e tenho que ir correr país e vender?
Amanhã farei a mala e virarei caixeira-viajante!

2008-06-14

Light...

... ma non troppo, a forma como gostaria que comentassem isto de que vou agora falar. Sabendo de antemão que é um tema difícil, gostaria mesmo de uma breve introspecção e testemunho de quem por aqui pousar o olhar.

Iniciando: ontem, depois de irmos à Feira do Livro, de jantarmos nas Docas e da amena cavaqueira com pessoas conhecidas que encontrámos, resolvemos prolongar uma noite agradável e ir até à discoteca Maria Lisboa, tentar dar uma segunda hipótese ao espaço, depois de uma primeira impressão menos positiva. Lá entrámos e conseguimos perfazer o total de vinte pessoas no espaço. Até aí normal, em fim-de-semana prolongado a cidade de Lisboa depressa vira uma solteirona solitária. Lá fomos ao bar buscar umas vodkas e subimos para podermos fumar descontraidamente, dado que quase ninguém estava cá em baixo. Sem nada para fazermos senão mesmo observarmos, lá ficámos a analisar o espaço, a música e as pessoas.

Findo este interlúdio de explanação, eis que é chegado o tema pertinente:

Onde é que andam as mulheres???

O que é feito das mulheres que gostam de ser mulheres e que, não tendo que ser barbies (muito longe disso!) ou o expoente máximo do feminismo, têm os gestos delicados, a postura correcta e o olhar meigo e descomplexado? Vamos lá ver se consigo explicar isto... porque é que eu acho que existe um código secreto de acesso ao (sub)mundo lésbico que implica gestos masculinos e aquela forma de agarrar o cigarro à cowboy que tanto me incomoda? Perder-se-á na génese da mulher a sua feminilidade quando se assume lésbica? O que é que está errado nisto tudo, nestas posturas que por arrasto rotulam todas as pessoas que ao longo dos séculos se assumem? Existirá ou não um desgarramento, uma descontrução do nosso eu feminino perante esta realidade tão antagónica aos olhos da sociedade? Pergunto porque de facto de me questiono, porque tentando ser sempre liberal e respeitadora de todas as liberdades alheias, existem algumas liberdades que rotulam a minha e me dão este direito de questionar, de querer saber e aprender.



Voltando: mulheres que amam mulheres e eclipsam de si a feminilidade, porquê?!

2008-06-12

Acordo ou Aborto?

Ora bem, a temática que por aí anda em voga (retirando-se do mapa os camionistas e o Euro) será, nos círculos mais intelectuais, esta nova reforma do Acordo Ortográfico nos PALOP's. Esta reforma, que há mais de 15 anos é falada, pelos vistos está a ganhar contornos cada vez maiores de andar para a frente.
Querem a minha honesta opinião? É um pau de dois bicos!
É necessária a reciclagem da palavra escrita de quando em vez, se não ainda estaríamos a debater como se escreveria "pharmácia", porque a linguagem oral tem uma preponderância imperativa sobre a escrita. A linguagem escrita tem e deve adaptar-se à fonética oral (forma como a palavra é gerada em som) e ser simplificada. Desde que o Tempo é Tempo que a oralidade é a nossa maior expressão e é por essa via que as culturas mais têm evoluído, inclusive somando novos sons para novas realidades.
Neste blog, Em defesa da Língua Portuguesa, poderão encontrar grandes vultos da Linguística portuguesa a debater este mesmo tema, de forma muitas vezes mais teória e intricada, mas bem pertinente. Vale a pena ler pelo carácter científico.
Se não quero pensar que vamos moldar a nossa língua a questões comerciais com o Brasil (maior facilidade de sermos invadidos pelo mercado editorial brasileiro), também convém ressalvar uma questão pertinente que até agora ainda não vi ninguém focar... qual é o português mais puro? O de Portugal ou o do Brasil? Huuummmm... pergunta difícil!
As nossas "barreiras" linguísticas com o Brasil não são, de todo, as ortográficas, nem as gramaticais, são mesmo as orais, os significados múltiplos para uma mesma palavra. E isso, meus caros, vai sempre acontecer porque, querendo ou não, são culturas e povos diferentes. Falo do Brasil porque é o "gigante" de que toda a gente fala. Afinal são 160 contra 10 milhões!
Mas, voltando, e por muito que nos custe a admitir, o português brasileiro é bem mais genuíno do que o nosso português europeu. O uso do gerúndio, por exemplo, é um exemplo típico das marcas que ficaram do português renascentista e, inclusive, do liberal. O português brasileiro mantem-se, na sua génese, mais puro do que o nosso que, por razões políticas como as invasões francesas e outras, obrigaram o português europeu a "afrancesar-se" e, no início do séc. XX a "inglesar-se". O Português, como toda a gente sabe, deriva do Latim e, para exemplo, enquanto nós dizemos "autocarro" os brasileiros dizem "ônibus". A palavra "autocarro" é uma invenção nossa, mas "ônibus" manteve-se fiel ao latim, sendo uma versão melhorada da expressão "omnibus" que se traduz em "para todos". E assim é: um autocarro é para todos, que outra designação lhe dariam os romanos? Na prática a língua de Camões estará mais para os brasileiros do que para os portuguesses!
A questão então não passa por abandalharmos a nossa Língua, que nós próprios já a abandalhámos mais ao longo dos séculos do que os brasileiros, passa por termos cuidado em preservar o que é nosso culturalmente. Um "facto" é e será sempre um "facto", ao passo que "fato" é roupa, para um brasileiro "fato" é "facto" e "terno" é "fato", porque é composta por 3 peças. Curiosa a língua, não é?
Ora, mas se perguntarem se concordo com este Acordo, terei que responder que não. Os ingleses não tiveram que chegar a acordo nenhum para que se entendesse entre eles, certo? Mas não, em vez de serem limadas arestas (que têm e devem ser limadas), quer-se chegar a uma hegemonia impossível de obter porque, e repito, cada cultura é uma cultura e isso deve manter-se inalterado.
O que me parece que está a acontecer é que se está a tentar chegar a um ponto em que errar a ortografia seja menos grave do que é. E isso sim, é grave, muito grave, porque que não sabe ler e escrever muito menos sabe falar. A aprendizagem da Língua é tão importante como aprender a andar, porque só o conhecimento desta é que nos permite compreender tudo o resto.
Enfim... o Português é uma língua única no mundo pela diversidade que contém. É a língua mais difícil de aprender pela grande diversidade fonética, dado que utilizamos todas as potencialidades do nosso espectro vocal para comunicarmos, ao contrário das outras línguas, daí ser muito fácil para nós aprendermos línguas estrangeiras: dominamos qualquer tipo de sons e temos maior capacidade de reproduzir o que ouvimos, pois não estamos a fazer nada de novo. Já gramaticalmente são mais as excepções à regra do que quase as regras! Temos uma Língua extremamente rica e, ao mesmo tempo, duramente complexa para os estudiosos. Porque é que o plural de "mão" é "mãos" e o de "pão" é "pães"?! Esta é uma questão que ainda hoje deve afectar um colega meu de escola primária que não conseguia entender as excepções. Olhem, esta é uma palavra que deve ser reciclada, que é que ainda lê aquele "p" manhoso?!
Que se preserve este património primeiramente pelo respeito que lhe devemos diariamente, os Acordos terão sempre que existir, devemos é resistir quando sentirmos que a nossa unicidade cultural está a ser colocada em risco (e até agora ainda não assisti a provas evidentes disso), apesar de se estar a chegar ao ponto em que o nível começa a descer ameaçadoramente...

Das armas e dos barões...

Lá cantava "le renaissance" Camões no mais famoso épico português (Pessoa dá-lhe 10 a 0, mas isso não vem aqui para o caso). Seria sobre esse tema que desaguaria noutros que tanto me tem apetecido comentar (a "raça" portuguesa, a greve dos camionistas, o Euro e o Acordo (ou Aborto?!) Ortográfico)...
Tem-me faltado o tempo, embora esteja cheia de pensamento e considerações a tecer!



Ultimamente ando numa fase de negação da informação, as notícias são sempre "mais do mesmo" e o que vou sabendo é pelas "gordas" dos pasquins dos cafés por onde passo (o sempre idóneo jornalismo do Correio da Manhã...). Para além disso as "cerejas" do meu pensamento são engolidas constantemente pelo dia-a-dia, pelo que não sobra espaço de manobra ao seu amadurecimento final.
Quiçá em breve!...

2008-06-11

Tem destas coisas...

... a vida: as partidas que não são marcadas e os regressos que também não se anunciam. Abrimos a porta da casa, corremos a abrir as janelas para deixar que o ar lamba as paredes e as lave do pó fechado e para deixar que esse mesmo ar nos funda a essa casa.

Desta vez a casa é nova. Exige nova decoração e novas cores nas paredes. Poderia ter voltado à(s) casa(s) antigas, mas o registo quer-se outro, melhor: tentar-se-á outro. Isto porque fazemos da vida uma estrada e nessa estrada optamos por várias direcções, esta é uma nova mudança de caminho. Não que não fizesse sentido continuar com o outro blog, mas faz sentido abrir uma casa nova e guardar na memória o outro espaço, a outra fase.

Assim, ditas as palavras, a urgência do voltar não se fez acontecer num rompante, foi um processo, um continuar dos dias que exigiram esta presença aqui, numa penumbra semi-anónima (diria: q.b.) e que faz bem para soltar o espírito livre do pensamento.

Espero regressar da mesma forma como parti: em amizade e serenidade.


Um abraço!